Sismo no sudeste asiático. Confirmados mais de 1.600 mortos em Myanmar
O número de mortes confirmadas em Myanmar, após o terramoto que atingiu o sudeste asiático, ascendeu este sábado a 1.644. As autoridades da antiga Birmânia têm ainda registo de 3.408 feridos. Pelo menos 139 pessoas continuam dadas como desaparecidas.
O terramoto, com uma magnitude de 7.7 na escala de Richter, ocorreu na sexta-feira às 12h50 em Myanmar – 13h20 na Tailândia (6h20 em Lisboa). Seria seguido, ao cabo de escassos minutos, de uma réplica com uma magnitude calculada em 6.7.
Os danos do abalo são particularmente severos em território da antiga Birmânia, onde desabaram casas, pontes e edifícios religiosos.A intensidade do sismo foi suficiente para que os efeitos fossem sentidos a mil quilómetros do epicentro, entre os habitantes da capital tailandesa, Banguecoque.A junta que governa Myanmar atualizou nas últimas horas o balanço de vítimas para pelo menos 1.644 mortos e 3.408 feridos, a maioria na região de Mandalay, a segunda maior cidade do país. Espera-se que estes números aumentem ao longo dos próximos dias. Em Mandalay, segundo um responsável da Cruz Vermelha citado pela agência France Presse, haverá mais de 90 pessoas debaixo dos escombros de um prédio de habitação de 12 andares.Myanmar, um dos países mais pobres da região, vive em estado de guerra civil desde o golpe de Estado de 1 de fevereiro de 2021. O Governo decretou entretanto o estado de emergência nas seis regiões mais afetadas.
Num gesto raro, o número um da junta no poder, Min Aung Hlaing, veio já apelar à assistência de “todos os países e organizações”.
A china comprometeu-se a enviar 82 socorristas a Myanmar, reservando um pacote de ajuda humanitária num valor equivalente a 13,8 milhões de dólares. Por sua vez, a Índia enviou um avião carregado com equipamento de higiene, cobertores, alimentos e outros produtos de primeira necessidade, aparelho que aterrou em Rangum.“Vamos ajudá-los. É terrível o que está a acontecer”, afirmou na sexta-feira o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Coreia do Sul, Malásia e a Organização Mundial da Saúde responderam também afirmativamente ao apelo do regime.
A situação na Tailândia
Em Banguecoque, as equipas de socorro trabalharam durante toda a noite de sexta-feira para sábado em busca de sobreviventes entre o que restou de um edifício de 30 andares em construção.
Foto: Athit Perawongmetha – Reuters
Igualmente ouvido pela France Presse, o governador de Banguecoque, Chadchart Sittipunt, confirmou as mortes de pelo menos oito pessoas no estaleiro de obras. Outras oito foram resgatadas com vida.
Em campo estão mais de 100 especialistas para verificar a segurança dos edifícios da capital tailandesa, onde a qualidade de construção contrasta com uma realidade mais precária em Myanmar. Cerca de 400 pessoas passaram, ainda assim, a noite em parques ao ar livre, face a receios de comprometimento estrutural.
c/ agências